Um frase simples, mas que causou grande efeito em mim:
Aut tace aut loquere meliora silentio (Apenas quando as palavras superam o silêncio).
Eu (Gabriel, o irrelevante autor destas linhas e responsável pelo projeto Pensamento Destilado) encontrei a frase acima no livro Iludidos pelo acaso, de Nassim Taleb, que, inclusive, é o mesmo livro que deu origem ao nome deste projeto.
Essa frase se comunicou com muitas sensações que já carrego a algum tempo, mas que ainda não conseguia sintetizar em uma simples frase, tal como essa.
Frequentemente, tenho a sensação de que as redes sociais (e, por vezes, a internet como um todo) é uma fonte de muito barulho, mas de pouco conteúdo realmente importante.
Acredito que para todos que, assim como eu, gostam de simplesmente se sentar e pegar um bom livro para ler, as redes sociais não estão sendo as formas mais interessantes de se passar o tempo.
Te convido a fazer a seguinte reflexão: tente se lembrar de algo que você realmente aprendeu (com o mínimo de profundidade para dizer que sabe sobre o tema) pelo Instagram, por exemplo. E agora (caso você ame ler, isso vai ser bem prático) tente se lembrar de algo que você realmente aprendeu em algum livro lido recentemente.
No meu caso, eu consigo me lembrar muito facilmente de aprendizados que obtive através dos livros. E, infelizmente, não consigo me lembrar de nenhum supostamente obtido pelo Instagram.
Não sei se isso acontece somente comigo, mas suspeito que não seja (caso tenha se identificado, deixe um comentário para eu saber que não estou sozinho nesse dilema).
Acredito que boa parte dessa questão esteja relacionada ao tempo dedicado. A minha impressão é que nas redes sociais, quanto mais rápido for o consumo do conteúdo, melhor será. Mais engajamento ele tende a ter e, consequentemente, mais difundido ele vai acabar sendo. Uma espécie de fast food de conteúdos.
Ao que parece, nas redes sociais, todo mundo está com mais pressa do que o habitual.
E isso me cansa profundamente.
Eu prefiro ler 30 páginas seguidas sobre algum tema do que assistir um vídeo de 3 minutos sobre o mesmo tema. E olha que 3 minutos já pode ser considerado um vídeo longo nas redes sociais.
E é aí que está o problema dessa historinha toda.
Como é possível sintetizar qualquer tipo de conhecimento importante em um vídeo de TikTok? No YouTube, ainda é possível encontrar vídeos mais longos, com conteúdos realmente bons, que funcionam como verdadeiras aulas.
Eu mesmo aprendi a fazer croissants com vídeos no YouTube. Óbvio que isso não me torna um chef de cozinha, mas os resultados foram bons e, caso precise fazer novamente, eu daria conta do recado. Mas sem chance de ter conseguido aprender com um vídeo de Reels de um minuto e meio ou um vídeo no TikTok. Simplesmente não dá.
É uma espécie de cama de Procusto1 (de novo recomendo o Taleb), onde vamos resumindo tanto o conteúdo para que ele possa caber da melhor forma nas redes sociais e, no fim, não temos nada de valor.
Mas temos muitos e muitos autores que nos oferecem uma enormidade de aprendizados. Será que não poderíamos transmitir pelo menos parte dessas ideias e conhecimentos nas redes sociais com um mínimo de profundidade sobre os temas?
Será que as palavras desses autores não superam o silêncio a ponto de podermos criar conteúdos para serem consumidos sem pressa, sem muito barulho e que realmente possam ser absorvidos pela mente?
E foi com isso que a sementinha da ideia desse projeto foi plantada na minha cabeça.
Não sei onde tudo isso vai parar. Sinto que estou fazendo isso para mim mesmo, uma espécie de registro dos aprendizados que já tive, estou tendo e ainda vou ter com grandes autores.
Espero que você goste e possa aproveitar os nossos conteúdos.
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Procusto é um personagem da mitologia grega que era dono de um hotel e que convidava os viajantes para se hospedarem. Quando o hóspede se deitava na cama e fosse maior do que ela, Procusto cortava suas pernas e braços para que o hóspede se ajustasse perfeitamente à cama. E caso fosse menor, em vez de cortar, ele esticava os membros com o mesmo intuito.